terça-feira, dezembro 12

Apologia

Na manhã de ontem, tive a oportunidade de assistir o programa policial conhecido com o “ de maior audiência” em Teresina. Após este contato, pude fazer uma rápida análise do conteúdo jornalístico do programa e pude observar algumas características, no mínimo, intrigantes com relação a forma que o programa é produzido e encaminhado durante sua transmissão. Na análise, uso como quesitos algumas das características consideradas básicas para uma boa produção jornalística. Em nenhum momento, por exemplo, o apresentador se mostra isento diante das notícias do programa, chegando ao ponto de incentivar a violência policial contra suspeitos de crimes, o que se configura como outro crime.
Outro ponto interessante é que o próprio programa, na figura do apresentador, é juiz e júri dos suspeitos apresentados. Tudo bem, que é um programa com pitadas de humor, mas é preocupante a forma com que as notícias são passadas à sociedade, que, caso absorva da forma que é passada pode vir a se considerar tão poderosa a ponto de ser a própria executora da sentença de morte de um suspeito que ainda nem foi julgado pela justiça. Antes que isso aconteça, é bom observar com outros olhos este tipo de programa e pensá-lo não só como uma forma de se informar e divertir, mas também como possível formador de futuros criminosos em nome da lei.

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