segunda-feira, dezembro 18

Uns mais iguais que outros

É impressionante a forma como a própria vítima não percebe a própria incoerência e incoerência a da justiça. Quando um pobre é preso pelo motivo que for (de roubo de galinha à assassinato ou estupro), ele é colocado nos jornais e programas de tevê, mesmo sem provas, de forma explícita, sem sua autorização e sua própria classe se diverte com isso. Quando a prisão é de um figurão, as coisas mudam. Os caras conhecem seus direitos e sabem muito bem como e quando usá-los e não só os mais abastados, como também os mais humildes não acham isso absurdo. É bom que antes de dizer coisas como: “Ele é culpado mesmo. Tem coragem de roubar, mas não tem de mostrar a cara!”, se pense na forma em que a justiça age com quem tem e quem não tem grana. Se isso é regra pra todos ou não. O dinheiro está em tudo, mas o Estado tem obrigação de informar a cada cidadão sobre seus direitos e também como e quando usá-los. Se o rico não é obrigado a se expor, por que o pobre é? Ou se obriga todos ou não se obriga ninguém. Só assim, a justiça pode se aproximar mais da isenção, que hoje parece tão distante.

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