sábado, fevereiro 10

Humanidade: direito e dever de todos

A questão dos direitos humanos sempre foi um tabu indestrutível e as estratégias usadas na intenção de quebrá-lo se mostraram ineficazes até o momento. Por um lado, há pessoas que acreditam que não se pode fazer nenhum tipo de mal contra criminosos, por outro, há pessoas que crêem que há crimes imperdoáveis e vêem a pena de morte e a tortura com bons olhos. O caso recente, da morte de uma criança de 6 anos no Rio de Janeiro, arrastada presa ao cinto de segurança por sete quilômetros pelos ladrões que roubavam o carro de sua mãe veio pra colocar mais lenha nessa fogueira. Já tem gente, como os militares-deputados Alberto Fraga (PFL-DF) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) preferindo ver o capeta aos direitos humanos, mas esquecendo-se convenientemente dos crimes que eles próprios praticaram no período da Ditadura no Brasil contra pessoas que simplesmente pensavam diferente dos militares. Sobre o assunto, o presidente Lula se mostrou em cima do muro, alegando que não é só uma questão de punição, mas também de formação, mas não se alongou muito. O grande problema está em nem se punir da melhor forma e nem se contribuir na formação dos futuros cidadãos no sentido de pelo menos reduzir a violência que vem tomando conta do país. A solução é a Ditadura? com certeza, não. O que se precisa é colocar em prática as teorias e fazer com que os direitos humanos valham não só pra bandidos, mas também pro cidadão honesto. E isso só vai acontecer quando realmente tivermos políticas públicas no sentido de acabar com a violência e ressocializar os presidiários, diferente do que acontece hoje, quando se entra como ladrão de galinha e sai com doutorado em tráfico de drogas ou coisa pior. Agora é hora de sair do palanque e colocar arregaçar as mangas pra que fatos lamentáveis como esse não voltem a acontecer. E isso demanda muito mais que discursos. Demanda investimentos maciços em educação, saúde, penitenciárias que reeduquem o presidiário, enfim, uma política que dê maiores oportunidades no sentido de que o cidadão não venha a se tornar um marginal, mas, caso se torne, tenha a oportunidade real de sair dessa condição. E isso deve ter o apoio de toda a sociedade, pois só sendo mais humanos, se pode exigir mais humanidade nos outros.

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