Déja vu: Falha na MATRIX, ou no caráter parlamentar?

Na edição desta quinta feira (15/03), da Folha de São Paulo, li um notícia no mínimo curiosa e no máximo escandalosa (se bem que é um dos corriqueiros, tem gente que nem se espanta), e que me deixou com uma incrível sensação de deja vu, ou em bom português: de que já vi essa papagaiada meses atrás.
Nossos representantes na Câmara dos Deputados, preocupados com a perda inflacionária ocorrida nos últimos anos, estudam aprovar proposta do Deputado Ciro Nogueira do PP-PI (isso mesmo, nosso camarada Ciro, ou Cirilo pros íntimos), para reajustar em 28% as verbas dos gabinetes.
Espantosamente (???), o reajuste parece ser unanimidade entre os deputados, que juram de pés juntos que a atual verba de R$ 50,8 mil, não é suficiente para suprir os gastos com seus assessores (contratados sem a necessidade de concurso público, diga-se de passagem).
Com a medida, o valor mensal da chamada "verba de gabinete" subiria de R$ 50,8 mil mensais para R$ 65,1 mil (eu disse sessenta e cinco mil e uma coisinha reais!) por parlamentar, um reajuste acumulado nos últimos dez anos de 225% (eu disse duzentos e vinte e cinco porcento!!). E olha que a inflação no mesmo período foi de 91%, segundo os dados da FOLHA.
Ciro Nogueira afirmou à Folha que sua proposta tem por objetivo apenas repor a perda inflacionária ocorrida nos últimos anos. Entretanto, a inflação medida entre dezembro de 2005 e o mês passado é de apenas 4,4%, índice bem inferior aos 28% propostos.
O tal reajuste só não foi a voto ainda, graças porque o terceiro-secretário, Waldemir Moka (PMDB-MS), pediu a chamada "vista".
Ao que parece, a proposta só poderá entrar em vigor se o reajuste for aprovado pela maioria dos sete integrantes da Mesa, (calma meninos e meninas! como podem ver, parece que ainda há esperanças . . . a-há, pequei vocês!!! ).
Só pra constar, o último reajuste da verba foi em dezembro de 2005, quando a mesma subiu de R$ 42 mil para R$ 50,8 mil.
Dá ou não dá uma sensação de deja vu constante? Comentários please.