quarta-feira, novembro 1

Futuro, ainda que nebuloso

Saiu hoje em um portal da cidade a notícia de que o Piauí é o Estado brasileiro com maior índice de trabalho infantil do país, citando, inclusive o caso de crianças de Pio IX, que recebiam R$ 9,00 (nove reais) por cada mil mudas de pés de cajú. Uma situação realmente degradante. O problema começa quando a secretária executiva do Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil, Inês Rezende, afirma que os cidadãos não devem dar esmolas às crianças de rua, para não incentivá-los a continuar onde estão.

O problema é amplo e uma simples omissão não vai resolvê-lo. Envolve investimento em programas sociais, que apesar de tão afamados não atingem todos e muitas vezes também não resolvem o problema. E fica a pergunta: como um "rapaz latino americano sem dinheiro no banco" pode contribuir para reduzir o sofrimento destas crianças, além de dando esmolas tentando (e, às vezes conseguindo) resolver seu problema mais imediato e possivelmente definitivo, a fome!

Existe sempre a opção de projetos não governamentais, mas, muitas vezes, o cidadão nem acredita tanto neles nem tem a capacidade tão aguçada de convencimento que o governo arrota ter. A esmola pode contribuir negativamente no futuro da criança mas, pelo menos, dá a ela uma esperança de ter um futuro, ainda que nebuloso. Afinal, o de quem não é?

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